sábado, 27 de novembro de 2010

História da comida: DA NECESSIDADE À ARTE

por Cozinhando Em Português, terça, 28 de setembro de 2010 às 12:05
 


Todo recém nascido chora. De medo, de susto, de dor e... de FOME! Vir ao mundo é complicado (o mundo é complicado...) e exige muita energia, gastamos muitas calorias e por isso precisamos repor esses gastos nos alimentando.
Os antigos, lá do tempo de gregos e romanos, entendiam o ser humano e sua existência ativa como uma combinação de sexo e estômago. Mas não uma combinação equilibrada, creditando domínio ao estômoga sobre o sexo. Relacionavam a mulher ao sexo, tardio, caprichoso, substituível e o homem ao estômago, fundamental, primordial, dominador (hahahaha... deixa prá lá). Bom, o fato é que comer todos precisamos, desde o ventre.
De início a fome era sinal de necessidade, de um sintoma de carência que poderia debilitar e levar à fraqueza física, o que seguramente levaria à morte. Colher os frutos das árvores, mascar raízes, arrancar folhas, o homem começou como um copiador do seu redor, um bicho mesmo, guiado pelo estômago (lembra dos antigos, hehehe - deixa prá lá...). Mas a partir de uma complexa rede de eventos e processos lentos de evolução, o ser humano transformou a necessidade em arte! Do simples erguer de um braço e colher um fruto, grupos de pessoas se reunem para juntas prepararem uma refeição. Hoje e já há bastante tempo, comer é ato de sociabilidade, momento de conhecer novos vizinhos, um futuro romance ou reencotrar um velho amigo. É um ritual que envolve distintas etapas, seja do cozimento ou da conversa, da seleção dos temperos à de convidados, dos aromas e perfumes, cores e texturas e toques, tudo faz parte da arte de cozinhar e conviver. Como cena de filme ou de sonho: uma grande cozinha, panelas no fogo, taças de vinho erguidas em brinde, o ar carregado de sons e aromas, uma imensa alegria, e a fome de ser feliz...
Elaborar uma refeição completa requer tempo e dedicação, pois hoje, comer está mais para um ato de amor que para a simples satisfação física (ainda que saibamos tratar-se dos dois, em comum acordo...)! 

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