Quando pensamos em comer alguma coisa, principalmente em se tratando do almoço ou da janta, direcionamos nossas espectativas para algo quente ou pelo menos feito no fogo. Nos custa muito imaginarmos que o estranho é exatamente isso: cozinhar os alimentos. Somos a única espécia viva que aplica conhecimento, tecnologia e método ao preparo de seus alimentos.
Mesa posta, todos em seus lugares e o que está sendo servido? Um suculento pernil de gado, com ricas batatas e uma sorte de verduras e legumes... tudo cru, em temperatura ambiente! Não é um absurdo, comiamos assim antes de dominarmos o fogo. Era um gasto de energia surpreendente, não só o de caçar mas também para mascar e digerir a carne crua. Comíamos mais, mais demorado e certamente sem regozijos ao paladar. Realmente dominar o fogo foi uma revolução para a humanidade! Comida mais macia, de fácil digestão e rica em nutrientes, era o que faltava para o sucesso desse animal tão frágial que é o animal homem.
Do fogo à plantação, do trigo ao pão, do assado à culinária, nós seres humanos sempre buscamos superar o já estabelecido como tradicional. Hoje cozinhar é uma arte (frase que até já virou clichê!) e é verdade. Já ouvi muita gente dizendo que acha um absurdo perder duas ou três horas para preparar um prato de comida, bom... eu me sinto ganhando duas, três, quatro horas para "esculpir" uma obra de arte empratada!
Cozido em água, assado em forno, tostado, frito ou flambado... ralado, lavado, fatiado ou rasgado... hoje comer não é simplesmente matar a fome, é disfrutar de sensações raras, que exprimam prazer, como morder o mar ao comer uma ostra ou sentir-se meio selvagem ao comer o fruto colhido da árvore. Comer é sentir-se vivo!
Estou com água na boca! |
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